terça-feira, 21 de junho de 2011

O sapato de cristal
















O sapato de cristal quebrou-se...
E todo o brilho presente nele também;
O capitalismo fala mais alto que tudo, os homens desde que aprenderam a sonhar com o materialismo nunca mais voltaram a sonhar com os contos de fada, as princesas deixaram de pedir os beijos encantados e começaram a pedir as roupas de marca e as bolsas da moda.
Os sonhos encantados há muito tempo se foram,
E o homem traça caminhos dentro de si próprio que no final das contas não o leva a lugar algum.
O sapatinho de cristal já nem encanta mais, precisa-se de bolsa de cristal vestido de cristal e tudo mais que o dinheiro possa pagar;
Já os sonhos o capitalismo não conseguiu comprar, esses há muito tempo se perderam e poucos percebem.

Alessandra Almeida

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Agente diz que cresce...


Agente diz que cresce, ou finge que cresce...
Simulamos sonhos não realizados, falamos coisas sem sentidos só para não dizer que ficamos quietos. Achamos que podemos conquistar o mundo, mas ao mesmo tempo nos perdemos em meio à bagunça do nosso quarto.
Erramos em função de nosso orgulho e embora no fundo soubéssemos disso nunca aceitamos dar o braço a torcer, descobrimos o quanto bons hábitos tornam a vida melhor e não mais chata.
Descobrimos que crescemos mais também que não era totalmente bom crescer.
Que bancar o adolescente rebelde não é tão bom assim, que as coisas boas da vida estão dentro da maturidade de cada um, muitas vezes desproporcional aos seus anos de experiência e de vida.
Descobrimos atalhos para subir a montanha ao contrário do tempo que queríamos estar no topo dela não importava como...
Descobrimos que a nostalgia nos traz na mente e no peito um aperto estranho uma saudade do tempo que passou e foi bem vivido, do tempo em que pouca coisa era muito, que boneca era coisa de menina de 13 anos, que tênis de luzinha era o máximo, Sandy e Júnior e Maria Chiquinha era um clássico. Que crianças queriam e gostavam de ser crianças, que maquiagem era coisa de adulto, que menino e menina jogavam bola na rua, que ganhar uma bicicleta era mérito de quem passava de ano na escola.
Que ainda dizíamos o que eu quero ser quando crescer...
Nem faz tanto tempo assim, mas quando paramos para pensar parece fazer séculos.

(Alessandra Almeida)


Este texto vai para uma pessoa que pertenceu a uma parte muito importante da minha infância e que até hoje me chama de teimosa, mas que acima de tudo mora no meu coração.
Netinha.